Ninfa Sepultada
Imagem criada e editada por Sahra Melihssa para o Castelo Drácula
Como uma ninfa aos céus desobediente,
lançada às sombras frias e penitentes,
a Solidão, um véu de névoa ardente,
mora em um abismo, muda e reticente.
Sua prisão é um poço sem guarida,
profundo como uma dor não percebida,
escura como a noite que quando ferida,
vaza o silêncio de uma alma corrompida.
Do fundo exala um murmúrio, uma voz que arranha,
num ciclo que se forma e nunca se acanha:
é a própria dor que a si mesmo acompanha,
num riso espectral que nossa alma profana.
Vazia, ela se duplica em repetência,
uma voz que responde em penitência,
ressonância feita de consciência,
que eternamente prova sua existência.
Os deuses, ao moldá-la como expurgo,
teceram seu destino, frio e turvo.
Agora, em sua essência, tudo é luto,
reverbera o nada, eterno e absoluto.

Cláudio Borba
Residente de Dom Pedrito/RS, Cláudio Borba formou-se em Contabilidade e escreve contos de terror e poemas geralmente melancólicos. Ele faz parte de diversas antologias de contos e poéticas de diversas editoras. E atualmente trabalha para lançar seus livros de contos e poemas. Cláudio se inspira em Stephen King e Clive Barker em seus contos, e é um grande fã de Bukowski. A escrita do autor é direta, rápida e de fácil leitura... » leia mais

Esta obra foi publicada e registrada na 16ª Edição da Revista Castelo Drácula, datada de maio de 2025. Registrada na Câmara Brasileira do Livro, pela Editora Castelo Drácula. © Todos os direitos reservados. » Visite a Edição completa.
Enquanto no convés observava | Revolto o mar estranho parecia, | A negra tempestade se agravava, | Um som horripilante s’espargia…