Blog da Carmen
Olá, meu nome é Carmen! Apenas Carmem!
Venho de uma cidade que morei por alguns meses com o meu marido. Eu não tive pais, não sei muito bem como vim ao mundo. Talvez eu seja fruto da imaginação de algum ser sobrenatural, mas prefiro pensar que sou apenas uma pessoa comum. Morei um tempo na roça e não tenho mais o sotaque mas “Ôh trem bão” que era viver naquela zona rural. Quando conheci o meu marido, primeiro e único namorado. Fomos direto morar na cidade. Ele era um empresário renomado e nossa vida até que era boa. Eu não podia dar um filho para ele, meu útero veio com defeito de fábrica, ou será que é sobrenatural que nem a existência dos que me tiveram?
Gostávamos muito de viajar e alguns amigos dele nos indicaram uma cidadezinha que ficava na fronteira de um bendito lugar que eu não faço a menor ideia como eles descobriram um lugar como aquele. A cidade não morava ninguém, tinham evacuado as pessoas, mas mantinham tudo abastecido. Não tinha bichos na rua, as casas estavam todas fechadas, como se todos os vizinhos realmente tivessem se mudado. Eles disseram para ele, o meu marido, que na cidadezinha tinha algo interessante e que nos ia ensinar umas novas aventuras.
Aceitamos a empreitada e fomos só com a nossa mala de sempre, com data prevista para passar uns dois meses e desfrutar ao máximo o que aquele lugar pudesse nos oferecer.
Quando chegamos lá, estava exatamente do jeito que eu falei anteriormente, só que os mercados eram o único lugar aberto. Não tinha como fazer reserva de um lugar para ficar, apenas chegamos e nos alojamos na única casa aberta. A cor da frente da casa me chamou atenção de longe. O vermelho carmim e as portas da mesma cor, com duas janelinhas abertas sem cortina e sem persianas. Ao entrar no recinto, a mobília até que era agradável, os móveis antigos pareciam recém-restaurados, acho que o antigo dono vinha passar uma demão de verniz para mantê-los daquela forma. Ou só estou sendo matuta a cogitar isso.
A casa tinha dois quartos, apenas com andar térreo, apenas um banheiro, cozinha, sala e jantar. Fomos às compras no mesmo dia e ao chegar no mercado era pegar o que queria que estava tudo certo.
Nossa rotina consistia em tentar abrir as casas vizinhas, entrar no shopping da cidade que estava aberto, mas as lojas não. Apenas a praça da alimentação e lá tinha tudo dos cardápios expostos e prontos. Meu marido comia de tudo um pouco, voltávamos para a casinha e dormimos. E foi assim por quinze dias seguidos, eu não estava cansada, porque eu queria agradar ele.
No décimo sexto dia, meu marido acordou empachado com toda a comida, e ele havia ganhado uns quilinhos a mais desde que viemos para cá, meus cabelos vermelho cor de sangue, precisavam de um retoque. Quando ele levantou para usar o banheiro, lá estava eu pintando as madeixas, quando ele me cobrou sobre a minha “regra”, se já havia descido. Achei esquisito ele perguntar, pois, o mesmo nunca se importou, assim como ele já sabia da minha esterilidade.
De repente ele aumentou a entonação como nunca fizera antes nesse tempo de casados. Me cobrou persistentemente pela minha regra, até que desci a calcinha e mostrei o absorvente de pano que eu usava com meu sangue. Com as mãos sujas de tinta, parecia uma cena de crime, tudo vermelho, meu marido enfiou a mão no meu órgão e enfiou meu catamênio pela boca. Sem direito de falar, eu engoli a força algo tão íntimo e repulsivo para alguns. Após o ocorrido, perguntei porque ele fizera isso.
Sua resposta, que não fora nada convincente, ousou dar a desculpa que o sangue da mulher nutre, assim como o sagrado feminino, ele quis impor a mim que meu sangue iria deixar meu útero fértil. E assim me cobrou todos os dias de “chico” para que a cena se repetisse. Fiz com gosto, porque acreditei que sua fé poderia me causar algum fio de esperança e como agradá-lo era meu maior feitio como esposa, fiz tudo calada.
Chegamos no nosso segundo mês naquela cidadezinha silenciosa, que o maior som era do nosso mastigar quando íamos ao shopping. Meu marido já tinha engordado bastante e eu fiquei feliz por ele estar feliz nesse lugar a sós comigo.
Precisei retocar o cabelo novamente e com isso a regra desceu junto. Eu não estava grávida e mais uma vez meu marido insistiu para eu fazer o mesmo do mês passado. Fiz tudo calada e a rotina seguia do mesmo jeito todos os dias. Como num loop de clipes repetidos, eu estava vivenciando a mesma coisa, exceto quando estava de chico.
Nossa estadia perdurou e meu marido não parava de comer, e eu não ficava grávida, até que um belo dia eu acordei querendo uma nova aventura, segui minha curiosidade e fiz alguns testes com a minha regra do nosso nono mês nessa cidade pacata e farta. Coloquei meu fluxo na bebida do meu marido, o gosto não era ruim, era sangue, não tinha cheiro, afinal eu usava apenas paninhos de algodão, a química do absorvente descartável que dava o odor.
Quando ele bebeu o suco, não reclamou de nada. Fiquei calada e quando ele dormiu, decidi enfiar um pouco na boca dele enquanto dormia. Ele acordou no outro dia sentindo dores fortes e eu com o chico acabando. Já estava cansada daquele lugar. Ele queria permanecer, mas esse vício na minha regra de me cobrar mensalmente estava me deixando assustada. Parecia um caso de monomania.
Decidimos voltar para casa devido às dores dele, que foram aumentando de acordo com que íamos chegando em outra cidade. Ao chegar no primeiro hospital que vi, o médico deu o parecer que meu marido estava sentindo contrações. Perguntei se era devido ao fato dele ter adquirido 50 quilos a mais desde que viajamos para a casinha vermelha e o doutor disse que essas contrações eram iguais a uma gestação.
Não pude crer quando ele falou isso. Afinal, meu sangue era fértil, só que nutriu o solo errado. As dores foram intensas e meu marido não resistiu. Eu voltei para casa e meu luto foi passageiro, agora voltei a ser a Carmen, apenas Carmen e criei esse blog.
A cama estava sem o lençol. O espelho estava quebrado. Na cômoda havia poucos pertences: apenas um hábito limpo, algumas roupas íntimas…