Apenas mais um dia...

MidjourneyAI

No abismo de dor e desespero, a alma sangra, mas não apenas por espinhos aguçados; a atmosfera torna-se assustadoramente fétida, pútrida como se emanasse dos próprios cortes. Cada ferida, mais do que um grito mudo, é um berro ecoando nas entranhas do Bar da Desolação, onde o aroma do sangue se mistura ao cheiro de decadência.

Espinheiros entrelaçam não apenas sua essência, mas também o ambiente ao redor, como se a própria natureza estivesse impregnada de um horror indescritível. Cortes profundos revelam não apenas sangue, mas uma substância que escorre frio, emulando a presença da Morte que paira sobre o lugar.

A alma, enredada em espinhos, clama por alívio, implorando por clemência em meio ao fedor nauseante. O silêncio responde, não com compaixão, mas em um vazio sombrio que se intensifica com o odor pútrido que permeia o ar. A dor, agora, é não só uma companhia, mas um espectro palpável que se manifesta como uma presença física, envolvendo cada passo na penumbra fria.

Marcando a pele como uma tatuagem macabra, cada corte é mais do que uma agonia; é uma manifestação da própria putrefação que permeia o Bar da Desolação. O mundo em preto e branco se desvanece não apenas visualmente, mas também olfativamente, envolto em uma névoa sinistra de espinhos e lágrimas.

Na escuridão onde a esperança perece, ela se perde ainda mais, e a dor, agora impregnada no ar espesso, confessa-se como uma presença sinistra e etérea que transcende a realidade. O Bar da Desolação, um palco de tormenta e desespero, torna-se um esconderijo de horrores, onde a agonia é não apenas sentida, mas inalada em cada respiração pesada.

Na cidade enclausurada pela noite eterna, o Bar da Desolação erguia-se como um santuário sombrio, onde as sombras dançavam em desespero, ecoando o lamento de almas perdidas. Rumores sussurravam sobre a Dama de Ébano, uma figura enigmática que protagonizava um conto macabro a cada visita ao sinistro estabelecimento.

A Dama, com olhos vazios e cabelos que pareciam absorver a própria escuridão, caminhava como a personificação do medo. Seus passos ecoavam nas ruas vazias enquanto se dirigia ao Bar da Desolação, onde a morte se escondia nas sombras, aguardando pacientemente por aqueles destinados à sinistra dança.

No interior do decadente bar de segunda categoria, o ambiente doentio era preenchido por um riso gélido que respondia aos brindes com whisky degustado. A Morte, vestida em um manto de penumbra fria, aguardava por um companheiro para a dança da melodia sinistra, enquanto notas melancólicas arranhavam a atmosfera carregada.

Vida e morte entrelaçavam-se em um abraço sombrio, manifestando uma dança final que emergia do crepúsculo da existência. Amantes nefastos dançavam no abismo infernal, guiados por uma sinistra melodia que ressoava através das paredes do Bar da Desolação.

Na pista de sombras, o niilismo macabro ecoava em passos que traçavam o desespero, um canto diabólico que mergulhava todos na angústia. O silêncio eterno pairava, sinfonizando a dor em pranto, enquanto, num poema noturno, o destino tecia o espanto, transformando cada visita ao bar em um capítulo aterrorizante.

Aquela cidade, refém de um pesadelo incessante, via-se envolta em histórias angustiantes, onde o Bar da Desolação tornava-se o epicentro de horrores inimagináveis. A noite eterna abraçava os destinos trágicos, e o conto macabro continuava a se desdobrar, cada vez mais aterrorizante e angustiado, como uma maldição perpetuada pelas sombras dançantes.

Texto publicado na 2ª edição de publicações do Castelo Drácula. Datado de fevereiro de 2024. → Ler edição completa

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