Ontem Encontrei a Morte ao Meu Lado no Bar

MidjourneyAI

Naquela noite infernal, quando a lua estava oculta por nuvens tempestuosas, adentrei um bar esquecido pelo tempo, suas paredes cobertas por musgo e sua estrutura rangendo ao sabor do vento cortante. Dentro, a escuridão reinava, apenas interrompida por velas tremulantes que lançavam sombras dançantes nas paredes descascadas.

O lugar estava vazio, salvo por uma figura sombria sentada no canto mais obscuro, envolta em um manto que parecia tecido com a própria escuridão. Seu rosto estava oculto, mas sentia seu olhar fixo em mim, gelado como a própria morte.

Com mãos trêmulas, pedi uma bebida ao barman, cujos olhos pareciam ter testemunhado horrores inenarráveis. Ele me serviu um líquido vermelho que mais parecia sangue do que vinho, e seu sorriso era um esgar assustador.

A figura sombria se aproximou de mim, seu movimento era fluido e silencioso, como uma serpente deslizando na escuridão. Quando retirou o capuz, meu coração gelou. Seu rosto era uma caveira grotesca, com pele ressecada aderindo aos ossos, olhos negros como abismos sem fim.

"Eles me chamam de morte," sussurrou ela com uma voz que soava como o arrastar de correntes em um túmulo. "E vejo em seus olhos que você me conhece, não é mesmo?"

Eu, incapaz de desviar o olhar daquela visão macabra, assenti. A morte então começou a contar histórias de almas que ela havia colhido, descrevendo em detalhes mórbidos como arrancava a vida de cada ser, com uma crueldade que gelava o sangue.

"Por que me revela isso?" consegui perguntar com uma voz embargada pelo terror.

"Porque você, em sua desolação, me invocou sem saber," ela respondeu, seus lábios secos se retorcendo em um sorriso macabro. "Mas ainda não é sua hora. Hoje, levo apenas sua alma, deixando seu corpo vazio e sem propósito."

Ela estendeu sua mão esquelética e, ao tocá-la, senti minha essência ser sugada, deixando-me numa concha vazia de desespero e loucura. A morte, satisfeita, desvaneceu-se nas sombras, deixando-me sozinho naquele antro de desesperança.

O barman, com um olhar de puro terror, murmurou, "Ela vem buscar os que perderam tudo. Você agora pertence a ela."

Saí do bar, cada passo ecoando na minha mente vazia. A chuva caía como lágrimas dos céus, mas eu já não sentia nada. A morte havia me tocado, e eu estava perdido em um mundo onde a esperança não mais existia.

Texto publicado na 2ª edição de publicações do Castelo Drácula. Datado de fevereiro de 2024. → Ler edição completa

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