Thési

Maya Kulenovic

Soa o meu verso nesses ventos largos,
Na noctâmbula ternura onde a vida pulsa,
Na sonâmbula figura que o meu peito usa
quando à boca desce o pranto amargo.

A mente sã que o númeno consome,
É a memória que me faz desconhecido,
E esse íngreme esqueleto erguido é o
que me ascende a esquecer meu nome.

O espectro de um riso, numa arcada, ri,
Caçoa da cor à minha carne esmorecida,
Penetra nas frestas, come toda a vida e
faz meu brado a quem puder ouvir.

Vai indo o verso do fado incognoscível,
De joelhos, reúno minhas mãos à prece,
Latente durmo e o sonho me alvorece e
o sol se soma em meu querer visível.

Texto publicado na 2ª edição de publicações do Castelo Drácula. Datado de fevereiro de 2024. → Ler edição completa

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