Vermelho
Senti o frescor e o doce de seus lábios, próximos o bastante para transmitir o calor da pele. Seus olhos, poderosos e rubros, tal como uma taça de vinho tinto. A face rosácea corava com facilidade quando eu buscava sua cintura. Tudo n’ela, sem exceção, era perfeito.
Cada curva, habilmente esculpida pelos próprios deuses, encorajava em mim o desejo. Seu corpo, sobre o meu, incidia volúpia e dominância.
Não seria eu, sua funesta vítima, a contrariar os anseios de uma criatura tão ávida em subjugar.
As mãos, pequenas e delicadas, pressionaram meus pulsos contra o chão, desafiando pomposamente o princípio intrínseco de que eu poderia facilmente me livrar de tal ataque. Poderia, mas jamais o faria.
O corpo, ora pequeno, em desafio, ora grande em devassidão, recaía sob o meu, nu. Minha mente naufragava numa espiral de possibilidades, anseios, sugestões… porém, nada faria jus à lascívia que o momento já entregava.
A pele clara ocasionalmente se avermelhava, pelas minhas mãos, desejosas em buscar e em possuir.
Implorei para que aquilo não tivesse fim; e não teve. Seguimos noite adentro, com somente um ao outro como testemunhas.
A Literatura Erótica é uma arte, respeite o autor, mantenha-se distante e seja educado. Se algo te incomoda neste conteúdo, então apenas não leia mais as obras de Frenesia; se algo te agrada, aproveite em silêncio. O autor e o projeto não se responsabilizam por negligências alheias, más interpretações e pudores particulares.
Leonardo Garbossa nasceu em São Paulo, em 1995. Desde jovem é um leitor apaixonado e grande fã das obras romancistas. Sentimentalista por natureza, iniciou sua vida acadêmica na área das ciências exatas, migrando em seguida para psicologia, que estuda atualmente. Teve a infância…
Leia mais deste autor:
Ádito aos templos, me detenho. | Corpo gravado com feitiços e magias, contemplo. | Lisonjeira mãe, que na escuridão oculta a todos | com garras soturnas…
— Nauärah? A palavra, o nome, simplesmente escorre pela minha boca, soando o mais natural e simples possível. Tenho certeza de que jamais...
Morte. É isso que verte pelas paredes do Castelo. […] Após escrever a carta para a minha família, deixo-a em uma espécie de escrivaninha…
Ao entrar pelos umbrais do castelo, fui tomado pela sensação lúgubre da morte […] A atmosfera deste Castelo é sutil e todo ruído da porta principal, o mínimo que seja, é possível ser ouvido…
Condenados aos trilhos de ferro, com olhares cansados, | Cabelos bagunçados | Dentre almas sem esperança | Viajando em enganoso momento de bonança…
Parece que nunca amanhece aqui. Onde estão os raios de […] | Descrença e desconfiança. Foram esses os princípios que me trouxeram aqui […]
Que tipo de presa seria, oh nobre e cruel rainha, se me entregasse por completo aos teus lascivos caprichos? Que tipo de serva seria se buscasse tua boca…
Dentro dos domínios pungentes da sanidade, me perco por inteiro. A eterna precipitação das cinzas assenta-se em camadas cada vez mais grossas sobre o solo,…
Novamente sinto o sabor pecaminoso em seus lábios vitrais. Como um beijo seco recebo em meu âmago a doçura ébria que somente teu…
Com as mãos trêmulas, levo mais um copo de whisky à boca. O sabor forte afoga minha língua e anestesia a sensação…
As mulheres e crianças liberdade receberam | Podendo viver, livres, sem receio; | Pedra seus corações se tornaram, | Na cidade onde os homens nada falam…
Se eu pudesse me dobrar ao seu sorriso
Lábios vermelhos, repletos de mistério
Flertando a beira do abismo…
Todos os acontecimentos aqui narrados aconteceram entre o verão de 2020 e o inverno de 2021. Resolvi reunir todos meus registros sobre o caso, cada nota, cada página…
Leonardo Garbossa nasceu em São Paulo, em 1995. Desde jovem é um leitor apaixonado e grande fã das obras romancistas. Sentimentalista por natureza, iniciou sua vida acadêmica na área das ciências exatas, migrando em seguida para psicologia, que estuda atualmente. Teve a infância conturbada após perder o pai para o suicídio, tema que se tornou seu foco nos estudos acadêmicos. Foi criado pela avó, que fez o máximo possível para ensinar a ele a importância da excelência nos estudos e na cultura. Em Dezembro de 2020, percebeu que a escrita poderia ser uma ferramenta adicional à terapia. Desde então, passou a escrever quase diariamente. Após dois anos, e muito trabalho depois, resolveu publicar os melhores textos, todos inspirados em pensamentos, sentimentos e emoções pessoais, para que outras pessoas possam se sentir acolhidas em suas palavras.
Na fria balada da noite, sob o manto da neblina | Surge figura soturna, felina. | Com sorriso aberto, nova vítima procura. | Caçada furiosa empreende…